sábado, 18 de março de 2017

SÃO PAULO FASHION WEEK 2017 / GIG COUTURE

14.03.2017 / DESFILES

N43 / SPFW

GIG COUTURE


Como manter um denominador comum numa coleção que passeia pelos anos 70, 80 e 90, com propostas tão diferentes entre si? Décadas que ganharam personalidades bastante contrastantes, num tempo em que a moda ainda não era online como hoje. A marca mineira GIG Couture alinhavou bem as referências dessas épocas utilizando matéria prima, cores e brilho como um fio condutor estético, base de tudo.
Na prática, a tecnologia do maquinário combinada com trabalho artesanal transforma o tricot em material fluido, que escorre pelo corpo em diversas modelagens. E o mix de texturas estampadas cria imagens harmônicas nas sobreposições. Os fios dourados contornam e dão o brilho necessário. Assim é possível ter coerência entre o glitter que é muito disco, o power dressing e um grunge nada largado. Entre os itens-desejo, blusas com shapes esportivos, mas totalmente reluzentes, saias mídi pregueadas, looks totais estampados (o camuflado é um dos hits), peças com ombros em evidência (mais fáceis de usar que as dos 80) ou mangas bufantes.
Gig Couture é um bom exemplo da moda urbana que dialoga com a geração que busca referências em outras épocas, revive outros tempos sem necessariamente se aprofundar, entendendo as superfícies e usando o styling para criar novos formatos. Em alguns momentos mais glamoroso, em outros mais street, ainda que um street bem elaborado. A postura pode ser mais disco, ou mais grunge, mas o que fica no geral é algo novo, a cara da segunda década dos anos 2000, onde a moda quer ser moda, e vira o passado do avesso sem grandes compromissos. (JULIANA LOPES)
DIREÇÃO CRIATIVA
Gina Guerra e Patricia Schettino
MAKE E CABELO
Robert Stevão
STYLING
Daniel Ueda
TRILHA SONORA
Bitt/Noir
Fotos: Zé Takahashi / FOTOSITE

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