sábado, 18 de março de 2017

SÃO PAULO FASHION WEEK 2017 / A LA GARÇONNE

16.03.2017 / DESFILES

N43 / SPFW

A LA GARÇONNE


Penúltimo dia de SPFW, manhã, céu azul, bem quente. A sala de desfile da À La Garçonne está cheia e com convidados ilustres do meio da moda na primeira fila.
A música começa, trilha forte de Max Blum, e a primeira modelo que aparece já dá o ritmo dos próximos 20 minutos. Heloisa entra pisando firme, puxando os looks com inspiração no boxe, com cinturões onde líamos a sigla ALG, a palavra Love e regatas com o escrito À La Garçovitch (quem já não quer uma dessas?).
Fast forward. 70 looks mais tarde e o desfile termina com Je T’aime, Moi Non Plus, causando uma comoção na plateia. Caminhando para fora da sala, essas eram as palavras que saíam da boca das pessoas: bafo, babado, porrada. Só gíria mesmo para explicar. Falar que foi lindo ou incrível soa careta como adjetivos para este desfile (quando encontrei os meninos mais o Mauricio Ianês, soltei um pqp espontâneo, em alto e bom som). Do lado de fora, uma multidão se aglomerava para conseguir entrar no camarim enquanto Tania Otranto, assessora da marca, falava: “vou trazer os editores, vou começar a deixar o pessoal entrar!”. E a mão de Alexandre tremia – ainda não entendo por quê.
A marca de Fabio Souza e Herchcovitch completa um ano e mostra uma trajetória extremamente focada e cada vez mais forte na construção não apenas de suas coleções, mas de imagem de moda e de um universo próprio.
Para fazer algo pleno, muitas vezes faz-se necessário tomar uma distância e olhar por outros ângulos. As vontades de Fabio pra essa coleção cruzam com os momentos de maior energia criativa de Alexandre quando ainda tinha a marca que leva seu nome. Anos 90, clubbing, estética s&m e a cena underground, de onde ele surgiu.
A volta da caveira, figura que sempre foi associado à grife que Herchcovitch fundou; homens de saia, a influência da lingerie, símbolos fetichistas, o trabalho com xadrez e renda, os sapatos pesados. Foi muito instigante – sem nostalgia – rever esses símbolos de vida da carreira de Alexandre, transportados para o mundo da À La Garçonne. A contribuição de Fabio, grande pesquisador de imagens e conectado com o universo vintage e esportivo, é obviamente fundamental na construção dessa marca, que tem como um de seus ícones o desenho da corda, que representa vínculo e união – inclusive, Fábio tem “a” corda da ALG tatuada no pulso há muito tempo.
Enfim, as fotos e o vídeo estão aí para serem vistos. Eu não preciso explicar que a jaqueta era assim e a calça assado. Quem viu ao vivo viveu uma experiência, uma aula de cultura de moda. Com energia, atitude e ousadia. Fuck you, I love you. (CAMILA YAHN)
Sobre as parcerias
Os coturnos em parceria com a Hardcore Footwear passam a ser vendidos até o fim do mês na loja da ALG.
As peças em parceria com a Hering foram divididas em duas partes. A primeira, com peças conceito, serão vendidas na À La Garçonne. A segunda é uma coleção comercial, com 13 modelos, que já estão à venda no hotsite www.alagarconnehering.com.br
E a linha Vans + À La Garçonne traz 20 pares customizados por Herchcovitch e que já estão a venda exclusivamente na loja ALG em edição limitada.
DIREÇÃO CRIATIVA
Fabio Souza
ESTILISTA
Alexandre Herchcovitch
STYLING
Mauricio Ianês
BELEZA
Celso Kamura
TRILHA
Max Blum
DIREÇÃO E CASTING
Bill Macintyre
Fotos: Zé Takahashi / FOTOSITE


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